86 enfermeiros em risco de perder o emprego no Centro Hospitalar Universitário do Porto
O Centro Hospitalar e Universitário do Porto (CHUP) tem nesta altura 86 enfermeiros com contratos a termo certo e incerto, alguns já há dois anos, que correm o risco de sair da instituição. Estes profissionais foram ultrapassados por colegas com contratos Covid, que já efetivaram neste centro hospitalar. Por outro lado, a fatia que couber ao CHUP dos 626 novos contratos de enfermeiros para cuidados hospitalares anunciados pelo Governo, também terá prioridade em relação a estes profissionais.
A situação não agrada aos responsáveis do CHUP, como ficou claro durante uma reunião com o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), realizada esta segunda-feira, no Hospital de Santo António. Os responsáveis gostariam de manter estes profissionais ao serviço do CHUP, mas não dispõem de mecanismos legais que o permitam.
“O SINDEPOR vai continuar a denunciar estas situações e os responsáveis hospitalares que conhecem bem estes profissionais inclusive colocam-se ao nosso lado. Mas eles também são impotentes perante estas iniquidades que resultam da incompetência e insensibilidade do Governo e, em concreto, do Ministério da Saúde”, critica Carlos Ramalho, presidente do SINDEPOR, que pede “mais respeito por quem cuidou da saúde dos portugueses na fase mais aflitiva da pandemia e cujo trabalho continua a ser necessário”.
Nesta altura, o CHUP tem mais 140 enfermeiros ao serviço (os referidos 86 + 54 contratos Covid), mas, ainda assim, foi necessário pagar 700 mil euros em horas extras, no período entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. “Por este valor de horas extras fica comprovado que, não só é preciso manter os 140 enfermeiros contratados ao serviço do CHUP, como até são necessários mais”, defende Carlos Ramalho.
Noutro ponto da reunião foi abordado o sentimento de “revolta” e o “mau ambiente” gerado pelo pagamento do subsídio de risco Covid porque muitos profissionais consideram ter direito ao subsídio e não o receberam. Entraram reclamações de 600 funcionários e alguns apresentaram mais do que uma reclamação. Ao mesmo tempo, houve também quem tenha informado que recebeu o subsídio sem que a ele tivesse direito. Os responsáveis do CHUP garantiram que estão a procurar formas de resolver todas as reclamações e adiantaram que os dias de férias suplementares referentes às medidas de compensação Covid estão a ser tratados, esperando-se uma resolução em breve.
Na reunião participaram, por parte do CHUP, o enfermeiro diretor, Eduardo Alves, a enfermeira adjunta, Sara Pinto, e a responsável de recursos humanos, Hilda Magalhães. Já o SINDEPOR fez-se representar pelo coordenador da região norte, Tiago Ramos, e pela respetiva tesoureira, Helena Queirós.
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