Ano novo, vida nova?
É a resolução que muitas vezes tomamos: mudar de vida quando chega um novo ano. Só que é, quase sempre, sol de pouca dura. Quantas vezes regressamos à vivência de sempre com a mesma velocidade que tomámos as decisões de Ano Novo?
As injustiças de que somos vítimas marcam os nossos dias. São como uma nuvem negra que não vai embora. Perante isto podemos juntar-nos a um sindicato de uma forma ativa. Um sindicato não é um corpo estranho. É constituído por enfermeiros que trabalham no dia a dia como todos nós, com as mesmas frustrações, ambições e aspirações.
Ter um papel ativo num sindicato permite saborear algumas conquistas que vamos registando aqui e ali. É uma sensação fantástica quando conquistamos algo para alguns colegas, no interior do país, por exemplo. É claro que esta luta não tem apenas vitórias. Infelizmente, há muitas derrotas. Mas o prazer de lutar pelo bem comum supera os desaires e funciona como combustível para o nosso empenho inquebrantável.
Os enfermeiros que não quiserem ter um papel ativo nos sindicatos têm de filiar-se. É a opção mais inteligente. Sindicatos com mais associados têm mais poder negocial perante quem decide. Como podemos exigir mais dos sindicatos se nem sequer somos sindicalizados? E convém não esquecer, dadas as circunstâncias em que todos vivemos, que o que pagamos de quotas é devolvido no acerto de contas do IRS com um “bónus”. O que pagamos ao sindicato é restituído acrescido de 50% desse valor.
Nas recentes negociações com o Governo conquistámos duas vitórias relevantes: desde logo, aquilo que quem decide no SNS começou por apresentar foi muito melhorado por mérito da negociação com os sindicatos. A segunda vitória é a palavra dos governantes: até ao final desta legislatura teremos mais processos negociais para tentar resolver os muitos outros problemas da enfermagem.
Da idade da reforma, ao estatuto da profissão de risco, passando por progressões, avaliações e níveis remuneratórios, a gama é vasta.Neste processo negocial não estiveram em cima da mesa todos os problemas da profissão. O Governo balizou o que queria negociar e resistiu sempre às nossas tentativas de introduzir outros problemas.
Nada disto nos satisfaz. Nem o mais recente processo negocial, nem tudo o que falta conquistar. Estamos abertos à crítica e disponíveis para acolher as reivindicações justas de todos os enfermeiros, respondendo com atos concretos.
Por isso, car@ coleg@, junta-te a nós. Isso é um contributo inteligente e efetivo para melhorarmos as condições de trabalho d@s enfermeir@as. Não o fazer só beneficia os interesses do Governo e dos outros patrões dos enfermeiros.