Dispensa de enfermeiros na agenda da reunião com CA da ULS Coimbra

Na mais recente visita que efetuámos aos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) fomos confrontados com o facto de cerca de 20 enfermeiros irem ser dispensados ao fim de um contrato de seis meses. 

Esta é uma situação nova e preocupante, até porque nos HUC há mais enfermeiros com vínculos precários, alguns a trabalhar há 3 ou 4 anos e cuja necessidade é indiscutível. No passado, o SINDEPOR reuniu com responsáveis do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e foi-nos assegurado que a “política da casa” era de passar a efetivos os vínculos precários.

Será que a recente passagem para a ULS de Coimbra implicou alguma alteração a este nível? Mais: aos cerca de 20 enfermeiros que agora vão ser dispensados foi-lhes dito, antes de começarem a trabalhar, que a “política da casa” era transformar vínculos precários em definitivos. Foi com este pressuposto que aceitaram começar a trabalhar nos HUC e houve até quem abdicou de vínculos contratuais efetivos. 

Porém, cerca de mês e meio depois de iniciarem funções, o contrato que lhes foi dado a assinar era de seis meses, a termo certo, pelo que, face ao atual desfecho, os colegas se sentem enganados pela instituição, tendo em conta o que inicialmente lhes foi dito. 

A situação torna-se ainda mais incompreensível conquanto a ULS Coimbra recorre sistemática e prolongadamente a trabalho extraordinário para tentar dar resposta às necessidades de cuidados de saúde da população. E, com o aproximar do período de férias, os colegas que aqui trabalham já sabem que vão passar por sacrifícios ainda maiores. 

É incompreensível e até mesmo irresponsável abdicar de recursos que, já por si, são insuficientes, o que é confirmado por equipas subdimensionadas que não cumprem o Regulamento da Norma para Cálculo de Dotações Seguras dos Cuidados de Enfermagem e que asseguram horários com recurso a falsas horas extraordinárias, mês após mês, ano após ano.

A situação destes colegas, e outras que têm impacto no quotidiano dos enfermeiros e, certamente, da própria instituição, serão discutidas na reunião que o SINDEPOR tem agendada, com o conselho de administração da ULS Coimbra, para o próximo dia 26 de junho.

Salientamos ainda que as visitas sindicais aos contextos de trabalho são importantes, nem que seja como indicador de transparência das organizações.

Os dirigentes e delegados da regional do Centro do SINDEPOR mantêm o seu programa de visitas sindicais às unidades da ULS Coimbra. 

Desta vez concentrámos a nossa ação no polo HUC, onde tivemos a oportunidade de apresentar o sindicato e as vantagens de se ser sindicalizado, em troca de esclarecimentos sobre direitos laborais e informação pertinente sobre algumas alterações legislativas recentes, como o SIADAP e a criação dos CRI. Porque mudar é preciso.