É urgente estimular a fixação de enfermeiros em Portugal
Segundo dados recentes divulgados pelo Conselho Internacional de Enfermeiros, existia uma escassez mundial de 5,9 milhões de enfermeiros antes da pandemia. Por seu turno, um relatório deste ano alerta para uma possível escassez de 13 milhões, incluindo 4,7 milhões de enfermeiros que irão aposentar-se nos próximos 10 anos e a possibilidade de 2,5 milhões abandonarem a profissão devido ao efeito COVID.
Recentemente, no ENEE 2022, estiveram pelo menos duas empresas de recrutamento a tentar convencer os jovens enfermeiros a emigrar. Uma propunha a Alemanha e a outra França, Irlanda e Holanda. Com a realidade da guerra na Europa, os enfermeiros portugueses podem também preferir destinos mais longínquos, como a Arábia Saudita, Qatar ou navios de cruzeiro.
A favor de Portugal joga o amor destes enfermeiros pelos familiares, amigos e a terra que os viu nascer. Mas, tirando estes fatores, o que podemos fazer perante nações/instituições mais poderosas economicamente e que oferecem condições de trabalho muito melhores, nomeadamente remunerações, prémios e perspetivas de progressão de carreira?
Portugal precisa urgentemente de, pelo menos, melhorar as remunerações e as perspetivas de progressão de carreira dos enfermeiros, além da criação de outros fatores de atratividade. É preciso fazê-lo, essencialmente pelos portugueses e em especial pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde. Para os enfermeiros não será mais do que atribuir-lhes o que merecem. Porque mudar é preciso!