Em Castelo Branco, a arquitetura não ajuda o trabalho dos enfermeiros

O SINDEPOR efetuou, esta semana, uma breve visita ao Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco. Reunimos com o enfermeiro diretor da ULS de Castelo Branco, Carlos Almeida, e tivemos oportunidade de visitar o novo edifício de ambulatório (comemora dois anos de existência no próximo mês).

Não nos cabe pronunciarmo-nos sobre o valor arquitetónico do imóvel ou a nobreza dos materiais do interior. Mas lamentamos as queixas que ouvimos por parte de enfermeiros, nomeadamente devido ao facto de salas que foram destinadas para cuidados de enfermagem não terem luz ou ventilação natural. A gestão de enfermagem viu-se também obrigada a transformar uma sala projetada para roupa suja em sala de tratamentos.

Mais uma vez, as colegas queixaram-se dos baixos salários praticados no SNS e da elevada idade da reforma. Como disse uma enfermeira, “já uso óculos, qualquer dia tenho de vir trabalhar com uma lupa e um andarilho”.

Ao mesmo tempo confirmámos que este hospital já dá mais um dia de férias por cada dez anos de trabalho aos colegas com contrato individual de trabalho à semelhança do que sucede com os enfermeiros que têm contrato de trabalho em funções públicas. Um exemplo louvável, que esperamos possa ser alargado a todo o SNS. 

Noutra área do Amato Lusitano falámos da necessidade das entidades empregadoras “escutarem” os trabalhadores para resolução de alguns problemas e explorámos as vantagens de se ser sindicalizado. 

Instruímos também sobre o procedimento a adotar nas situações em que as condições de trabalho põem em causa o desempenho dos enfermeiros, nomeadamente através da declaração de escusa de responsabilidade.

Participaram nesta visita o coordenador da região Centro do SINDEPOR, Rui Paixão, e os dirigentes Margarida Vieira, António Pedro Vasconcelos, João Costa e Paulo Pereira. Porque mudar é preciso.