Hospital da Amadora pratica ilegalidade que prejudica centenas de enfermeiros
O Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, na Amadora, não está a compensar o trabalho extra que centenas de enfermeiros, de vários serviços, efetuam em dia de descanso semanal obrigatório. A instituição não atribui a folga complementar equivalente às horas de descanso em falta e que, de acordo com a lei, deve ser gozada num dos três dias úteis seguintes à prestação do trabalho extraordinário.
Esta ilegalidade, de não atribuição de descanso complementar, remonta já ao ano passado e está a gerar grande indignação entre o pessoal de enfermagem. Entre outros serviços, verifica-se na Urgência de Obstetrícia e Ginecologia, Urgência Pediátrica e Urgência Geral, sendo que estas três urgências totalizam mais de 300 enfermeiros. Face ao acumular de queixas, o serviço jurídico do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal – Sindepor enviou uma carta registada, com aviso de receção, à Direção de Recursos Humanos do hospital, em meados de dezembro de 2021, mas até ao momento não obteve resposta a essa missiva.
Também o coordenador da região Sul do Sindepor, Luís Mós, tem insistido na regularização destas situações. No passado dia 1 de fevereiro enviou um email, mas não obteve resposta. Ontem mesmo, perante o envio de novo email, a Direção de Recursos Humanos respondeu: “Relativamente ao exposto, e já aquando do envio da sua primeira comunicação sobre o mesmo tema, foi a mesma encaminhada junto da Direção de Enfermagem para aferir junto da correspondente hierarquia o sucedido.”
“Parece que quanto maior é a entrega dos enfermeiros, mais alguns entendem que devemos ser mal tratados. Neste caso não estamos a falar de nenhuma espécie de agradecimento pelo esforço que temos feito no combate à pandemia ou na vacinação. Não, trata-se apenas de cumprir a lei. De nos darem o que nos é devido, mas nem isso acontece nesta altura”, critica Luís Mós. “Uma conduta destas por parte de um hospital do SNS é inadmissível e mais um exemplo da degradação que atinge este serviço que queremos o melhor possível para os utentes, mas também para os profissionais”, conclui o sindicalista.
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