Hospital de Santa Cruz tem falta de enfermeiros e impõe horários ilegais
O SINDEPOR visitou, esta semana, alguns serviços do Hospital de Santa Cruz (HSC), em Carnaxide, Oeiras, com o objetivo de ouvir os enfermeiros. Irregularidades em alguns horários de trabalho a falta de pessoal de enfermagem foram as queixas mais frequentes. Fomos também recebidos pela enfermeira diretora do HSC, Maria Ayres.
Os enfermeiros relataram-nos a carência de formação específica adequada para alguns cuidados intensivos, como, por exemplo, os relativos à ECMO, técnica altamente sofisticada, e algumas falhas em termos de dotação segura do pessoal de enfermagem em serviços que têm uma taxa de ocupação de 100%, ou mais, factos que colocam em causa a qualidade e a segurança dos cuidados e que provocam grande desgaste nos enfermeiros.
Outro caso apresentado é o de um horário de trabalho com catorze dias seguidos de turnos, sem qualquer folga intermédia (em termos legais, não se pode trabalhar mais de seis dias seguidos), e o regresso de férias na entrada do turno da noite, imposições que transgridem as normas de elaboração de horários.
Os enfermeiros lamentam ainda problemas já bem conhecidos, como a insatisfação face ao atual sistema de avaliação (SIADAP), a elevada idade de reforma e a falta de reconhecimento do risco e da penosidade inerentes à profissão de enfermagem.
Manifestaram também o desejo de atualização de pontos e escalões, desde 2018, relativos à carreira de enfermagem.
Nesta visita ao HSC, participaram o coordenador da região Sul do SINDEPOR, Luís Mós, os dirigentes Marina Afonso e Paulo Pinto e a delegada Cátia Couto. Porque mudar é preciso.