Hospital de São João avalia enfermeiros com 3 Pontos no biénio 2019/2020
O conselho de administração (CA) do Hospital de São João, no Porto, decidiu atribuir 3 pontos a todos os enfermeiros, no biénio 2019-2020, no âmbito do Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP). A proposta tem em conta o esforço especial a que estes profissionais foram submetidos devido à pandemia e fica numa posição intermédia da avaliação de Adequado (2 pontos) e Relevante (4 pontos).
A atribuição de três pontos a todos os enfermeiros do Hospital de São João já foi submetida à Administração Central do Sistema de Saúde, pelo que os responsáveis do hospital portuense aguardam a respetiva decisão. A opção pelos três pontos em 2019/2020, caso seja aprovada pela tutela, será válida para todos os enfermeiros, quer tenham Contrato de Trabalho em Funções Públicas ou Contrato Individual de Trabalho.
A revelação desta proposta foi feita durante uma reunião realizada esta terça-feira, entre dirigentes do Hospital de São João e elementos do Sindicato Democráticos dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR).
Nesta altura, o CHUP tem mais 140 enfermeiros ao serviço (os referidos 86 + 54 contratos Covid), mas, ainda assim, foi necessário pagar 700 mil euros em horas extras, no período entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. “Por este valor de horas extras fica comprovado que, não só é preciso manter os 140 enfermeiros contratados ao serviço do CHUP, como até são necessários mais”, defende Carlos Ramalho.
Quanto à situação dos enfermeiros contratados, houve cerca de 23 da primeira fase da Covid-19, que já entraram nos quadros da instituição. Nesta altura, existem cerca de 68 contratos Covid-19 e já foi solicitada a conversão destes profissionais para contratos sem termo.
O Hospital de São João tem ainda cerca de 100 enfermeiros com contratos de substituição e a intenção é também passar estes profissionais a efetivos. Uma tarefa que os responsáveis da instituição reputam de difícil, mas na qual têm tido sucesso até ao momento.
“Ainda bem que o Hospital de São João trata os seus enfermeiros desta forma, tanto ao nível da avaliação como da passagem de contratos precários a efetivos”, realça Carlos Ramalho, presidente do SINDEPOR. “Só não entendemos como é que um mesmo país, tão pequeno, tem interpretações tão diferentes das leis e das regras. É essa arbitrariedade, geradora de enormes injustiças, que vamos continuar a combater”, assegura o sindicalista.
O pagamento do subsídio Covid tem registado grandes discrepâncias entre as instituições hospitalares, mas no caso do Hospital de São João está a ser pago a todos os enfermeiros que trabalham nos serviços de Urgência. Outro ponto da reunião incidiu sobre o pagamento de horas extras, tendo em conta que há profissionais que gostariam de receber o total acumulado e não um pagamento faseado. Neste caso, os interessados no pagamento integral devem contactar a enfermeira diretora.
Na reunião com o SINDEPOR participaram, por parte do Hospital de São João, a enfermeira diretora, Filomena Cardoso, e a diretora de recursos humanos, Anabela Morais. Por seu turno, o sindicato fez-se representar pelo coordenador da região norte, Tiago Ramos, e pela tesoureira, Helena Queirós.