Local de trabalho variável prejudica avaliação dos enfermeiros

O SINDEPOR visitou, esta semana, o Centro de Saúde de Cinfães (UCC, UCSP e Urgência Básica), onde a falta de enfermeiros torna mais difícil o dia-a-dia dos colegas, nomeadamente pela imprevisibilidade: o trabalho do dia seguinte pode ser desempenhado em Cinfães ou num dos cinco polos deste centro.

Isto prejudica a avaliação SIADAP, uma vez que, se as colegas não estiverem na sede a efetuarem as suas consultas, não conseguem atingir 100% dos indicadores da avaliação. 

As colegas queixaram-se ainda da existência de critérios avaliativos que não dependem delas, mas sim dos médicos e de desempenharem funções que implicam tempo e trabalho, mas não são contempladas na avaliação.

Ouvimos também uma colega que se queixou pelo facto de já ter mais de 10 pontos e ainda não ter progredido. Esta enfermeira já pediu informação à ARS Norte, mas não recebeu qualquer resposta. 

O SINDEPOR espera que a instituição coloque esta colega na posição remuneratória devida o mais rapidamente possível e pagando os retroativos a que a enfermeira tiver direito. 

Estivemos também na UCSP de Resende, unidade do ACeS Tâmega I – Baixo Tâmega, onde esclarecemos algumas das dúvidas sobre a aplicação tardia e pouco transparente, pela ARS Norte, das medidas de descongelamento da Carreira Especial de Enfermagem, nomeadamente o Decreto-Lei 80-B/2022.

Os colegas sentem alguma apreensão quanto ao processo de transição para as ULS a partir da próxima semana. 

Alertámos para a necessidade de confirmarem os dados publicados nos projetos de lista nominativa de transição de trabalhadores para as Unidades Locais de Saúde.

Tendo em conta o historial de erros cometidos pela ARS Norte, existe a possibilidade real de as listagens conterem informação errada, o que foi verificado in loco por uma das colegas presentes.

Outro dos assuntos abordados relacionou-se com o procedimento concursal para o preenchimento de 319 postos de trabalho na categoria de Enfermeiro no mapa de pessoal da ARS Norte. 

Recebemos queixas relacionadas com a demora do procedimento, iniciado em junho de 2021 e por concluir ao fim de 30 meses, e com incoerências entre a condução das entrevistas profissionais de seleção e os parâmetros predefinidos na ata n.º 2.

Participaram nestas visitas os dirigentes da região Centro do SINDEPOR Rui Paixão, Margarida Vieira e António Pedro Vasconcelos. Porque mudar é preciso.