Retoma das reformas deverá criar emprego para os enfermeiros mais jovens
Foi um “momento negro” na história da enfermagem, quando a idade da reforma dos enfermeiros deixou de verificar-se aos 57 anos de idade, lembrou Rui Paixão, dirigente do SINDEPOR. Tendo em conta que hoje os enfermeiros se reformam aos 66 anos e 6 meses, como a maioria dos portugueses, isto significa que houve um intervalo de quase uma década em que as reformas dos enfermeiros como que estiveram “congeladas”.
Rui Paixão falava, esta quinta-feira, aos alunos finalistas da licenciatura em Enfermagem da ESALD – Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias de Castelo Branco. O sindicalista explicou que este período de quase dez anos irá acabar em breve, pelo que prevê a retoma dos pedidos de reforma por parte dos enfermeiros nos próximos tempos, abrindo vagas de emprego no SNS para os colegas mais novos.
Antes, abordara o tema da emigração. Como sabemos, há países que pagam muito melhores ordenados do que os que se praticam em Portugal e preferem contratar enfermeiros portugueses, de reconhecida qualidade, poupando em formação.
Rui Paixão alertou que, por vezes, há contratos no estrangeiro que preveem cláusulas de rescisão, que podem ser no valor de dois anos de vencimento, por exemplo, importando ler muito bem os contratos propostos para evitar futuros dissabores.
Aliás, seja no estrangeiro ou em Portugal, os jovens enfermeiros devem sempre verificar os contratos que lhes são propostos com muita atenção. Em caso de dúvida, é necessário levarem o contrato para analisar e, se for preciso, pedirem ajuda a um sindicato.
Rui Paixão insistiu para que os jovens enfermeiros se sindicalizem e que, no futuro, ocupem também lugares nos sindicatos, uma vez que quem hoje ocupa esses cargos o faz de forma temporária. “No vosso percurso estudantil, alguns de vós abraçaram a vida associativa por impulso; não percam esse impulso!”, apelou.
Além de Rui Paixão, participaram nesta sessão o coordenador da região Centro do SINDEPOR, Nuno Couceiro, os dirigentes Nuno Fonseca e João Costa e as delegadas sindicais Ana Rosa e Isabel Lino. Porque mudar é preciso!