Santa Casa da Misericórdia de Lisboa aumenta enfermeiros em 50 cêntimos
Os enfermeiros ao serviço da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa (SCML), nos hospitais da Cruz Vermelha, de Sant’Ana e no Centro de Reabilitação de Alcoitão, receberam, até ao momento, um aumento de 50 cêntimos no subsídio de alimentação diário. Em concreto, o valor subiu de 4,70 euros para 5,20 euros.
Numa circular informativa interna, a SCML assume que está a negociar “há vários meses” aumentos salariais e que os mesmos serão pagos com retroativos a janeiro deste ano, mas até ao momento nada foi decidido.
Os enfermeiros não aceitam a falta de aumentos salariais e de progressões na carreira que já se verifica desde o ano 2020. A situação já originou várias saídas de profissionais e há mais enfermeiros que tencionam sair para receberem melhores salários em hospitais privados.
“Os enfermeiros que trabalham para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não receberem aumentos desde o ano 2020 e não terem progressões na carreira é obsceno e está a gerar uma enorme insatisfação”, afirma Luís Mós, coordenador da região Sul do SINDEPOR.
Sendo os hospitais da Cruz Vermelha e de Sant’Ana e o Centro de Reabilitação de Alcoitão importantes unidades que complementam a prestação de cuidados no SNS, Luís Mós teme que a saída de enfermeiros possa colocar em causa a qualidade dos serviços nestes estabelecimentos de saúde.
A SCML alega quebra de receitas em anos recentes para justificar a falta de aumentos e progressões, sendo que, no passado, os enfermeiros evoluíam na carreira de três em três anos.
“Nós não aceitamos este argumento, tendo em conta que, como é público, a SCML gere as receitas do jogo a dinheiro e uma das provas da sua capacidade financeira é o facto de, em dezembro de 2020, ter comprado o Hospital da Cruz Vermelha, o que aliás até originou uma multa de 2,5 milhões de euros por parte da Autoridade da Concorrência”, argumenta Luís Mós.
“Um bocado à semelhança do que se passa no Estado, há milhões para umas coisas, mas não há para aumentar os enfermeiros”, lamenta o dirigente do SINDEPOR.
O nosso sindicato reivindica que os enfermeiros que trabalham para a SCML devem receber, no mínimo, um aumento salarial de 10%, tendo em conta o aumento generalizado de preços, além das progressões na carreira a que têm direito.