ULS da Guarda espera poder contratar dezenas de enfermeiros no próximo ano

A ULS da Guarda acredita que o seu Plano de Atividades e Orçamento para 2023 será aprovado pela tutela. Nesse instrumento de gestão consta a contratação de dezenas de enfermeiros, algo que a tutela tem negado até agora, exceção feita às contratações do período covid.
 
A informação foi prestada pelo presidente do conselho de administração da ULS da Guarda, João Barranca, e pela enfermeira diretora, Nélia Faria, durante uma recente reunião com representantes do SINDEPOR. A resposta dos dois responsáveis surgiu depois de termos apontado o excesso de recurso ao trabalho extraordinário e a acumulação de horas em dívida aos enfermeiros.
 
Já ao nível da avaliação do biénio 2019-2020 identificámos uma falha processual e informámos que a mesma pode originar impugnação/contestação por parte dos enfermeiros e, se for essa a vontade dos nossos associados, iremos contestar esta avaliação. Inteirámo-nos também do andamento do processo de avaliação referente ao biénio 2021-2022.
 
Alertámos ainda para o sucedido no Centro Hospitalar do Baixo Vouga e que aconteceu também na ULS da Guarda. No Baixo Vouga, entre outubro de 2015 e junho de 2018, muitos enfermeiros trabalharam 40 horas semanais, mas receberam uma remuneração mensal base igual à que foi paga a outros colegas que, tal como eles, foram admitidos mediante contrato individual de trabalho, mas cumpriam 35 horas por semana. Ou seja, recebiam 1201,48 euros mensais quando deviam auferir 1373,12 euros.
 
O Centro Hospitalar do Baixo Vouga já pagou a diferença salarial devida neste período aos nossos associados e a outros enfermeiros. Os responsáveis da ULS da Guarda disseram desconhecer esta situação, mas nós adiantámos que iremos também reivindicar estas verbas se os enfermeiros afetados assim o desejarem.
 
Nesta reunião, também elogiámos a ULS da Guarda por decisões que tem tomado em relação aos enfermeiros. Nomeadamente, porque meses antes da recente negociação com o Governo, optaram pela contagem de pontos para os enfermeiros que transitaram para o primeiro nível de remuneração em 2011, 12, 13 e 15. A contagem originou progressões de carreira com pagamento de retroativos a partir de 2018.
 
Enaltecemos ainda o facto de a ULS da Guarda ter reconhecido o direito de descanso compensatório aos enfermeiros que trabalhavam em dia de descanso semanal obrigatório, tendo ainda regularizado os incumprimentos em dívida. A juntar a estes pontos, a ULS da Guarda decidiu atribuir mais um dia de férias anual por cada dez anos de serviço aos enfermeiros com contrato individual de trabalho, outra decisão que saudamos porque mudar é preciso.
 
Por último, disponibilizámo-nos para colaborar na elaboração de um regulamento de horários para os profissionais de enfermagem da instituição.
 
Nesta reunião com os responsáveis da ULS da Guarda participaram o coordenador da região Centro do SINDEPOR, Nuno Couceiro, e os dirigentes Rui Paixão, António Pedro Vasconcelos e Nuno Santos.