Uma oportunidade perdida

A reunião de ontem no Ministério da Saúde com o secretário de Estado Ricardo Mestre manteve o tema – o novo regime jurídico de organização e funcionamento das Unidades de Saúde Familiares (USF) – mas foi diferente das anteriores: os sindicatos foram recebidos em conjunto e não individualmente como tinha sucedido antes neste “processo negocial”. UMA OPORTUNIDADE PERDIDA 

A reunião de ontem no Ministério da Saúde com o secretário de Estado Ricardo Mestre manteve o tema – o novo regime jurídico de organização e funcionamento das Unidades de Saúde Familiares (USF) – mas foi diferente das anteriores: os sindicatos foram recebidos em conjunto e não individualmente como tinha sucedido antes neste “processo negocial”. 

Dir-se-ia que uma tal concentração de enfermeiras e enfermeiros representantes da maior classe profissional do SNS merecia a presença do ministro da Saúde. Mas nem sinal dele.

Mais uma vez, os representantes sindicais defenderam os interesses dos seus colegas com determinação. Não apenas o SINDEPOR, também os outros sindicatos. Ricardo Mestre ouviu com certeza o que não queria e usou e abusou da sua arma de defesa: “Corro o risco de me estar a repetir.” Simplificando, isto significa um mais prosaico escusam de pedir mais, só há isto. 

O vice-presidente do SINDEPOR, Fernando Fernandes, lembrou que a única coisa que os sindicatos conquistaram neste “processo negocial” é o facto de os complementos de vencimento passarem a contar para efeitos de reforma, à semelhança do que já acontecia com os médicos. Ricardo Mestre recebeu esta lembrança de braços abertos e até com um certo alívio, tal o vazio de progresso para a vida dos enfermeiros que o futuro diploma vai trazer.

Apesar de as propostas que nos foram apresentadas serem claramente favoráveis à classe médica, mesmo assim os seus representantes recusaram. Neste contexto, como poderíamos nós aceitar? 

Acresce que uma política de incentivos baseada quase exclusivamente em indicadores quantitativos, em detrimento dos qualitativos, apenas contribui para mercantilizar ainda mais os cuidados de saúde.

Aguardemos agora pelo decreto lei e respetiva portaria de regulamentação, mas novas formas de luta já se vislumbram nas linhas do futuro.

Pena que, um ano depois da chegada do médico Manuel Pizarro a ministro da Saúde se perca mais uma oportunidade para o objetivo mais importante de todos: proporcionarmos melhores condições para os utentes do SNS. É disso que trata todo este texto. Tratou-se, também, de uma oportunidade perdida de corrigir injustiças, lapsos e equívocos que se verificam dentro das USFs desde 2007. 

 

Dir-se-ia que uma tal concentração de enfermeiras e enfermeiros representantes da maior classe profissional do SNS merecia a presença do ministro da Saúde. Mas nem sinal dele.

Mais uma vez, os representantes sindicais defenderam os interesses dos seus colegas com determinação. Não apenas o SINDEPOR, também os outros sindicatos. Ricardo Mestre ouviu com certeza o que não queria e usou e abusou da sua arma de defesa: “Corro o risco de me estar a repetir.” Simplificando, isto significa um mais prosaico escusam de pedir mais, só há isto. 

O vice-presidente do SINDEPOR, Fernando Fernandes, lembrou que a única coisa que os sindicatos conquistaram neste “processo negocial” é o facto de os complementos de vencimento passarem a contar para efeitos de reforma, à semelhança do que já acontecia com os médicos. Ricardo Mestre recebeu esta lembrança de braços abertos e até com um certo alívio, tal o vazio de progresso para a vida dos enfermeiros que o futuro diploma vai trazer.

Apesar de as propostas que nos foram apresentadas serem claramente favoráveis à classe médica, mesmo assim os seus representantes recusaram. Neste contexto, como poderíamos nós aceitar? 

Acresce que uma política de incentivos baseada quase exclusivamente em indicadores quantitativos, em detrimento dos qualitativos, apenas contribui para mercantilizar ainda mais os cuidados de saúde.

Aguardemos agora pelo decreto lei e respetiva portaria de regulamentação, mas novas formas de luta já se vislumbram nas linhas do futuro.

Pena que, um ano depois da chegada do médico Manuel Pizarro a ministro da Saúde se perca mais uma oportunidade para o objetivo mais importante de todos: proporcionarmos melhores condições para os utentes do SNS. É disso que trata todo este texto. Tratou-se, também, de uma oportunidade perdida de corrigir injustiças, lapsos e equívocos que se verificam dentro das USFs desde 2007.