Enfermeiros dos cuidados primários frustrados com a falta de reconhecimento

O SINDEPOR visitou esta semana unidades de cuidados de saúde primários para ouvir os colegas que continuam muito desiludidos por décadas de trabalho sem verem o seu empenho compensado. Mesmo o processo negocial em curso, com o Ministério da Saúde, gera pouco ou nenhum entusiasmo perante a descrença dominante.
 
Uma enfermeira não entende, por exemplo, como é que colegas com o mesmo tempo de profissão ganham mais, apenas por trabalharem em meio hospitalar. Outra das críticas vai também para a avaliação. “As pessoas que nos avaliam nem sequer vêm ao serviço para ver se somos bons profissionais ou não”, denunciam.
 
Outra colega lamenta a desunião da profissão, “completamente desunida”, o que a afasta de lutar pela classe. No passado trabalhou num hospital em Lisboa e teve um problema. Procurou ajuda no sindicato em que era filiada e na Ordem dos Enfermeiros, mas não conseguiu apoio em nenhuma das instituições e recorreu a um advogado. Hoje já não é filiada em nenhum sindicato e o que lhe vale é o gosto pela enfermagem para enfrentar o dia-a-dia.
 
O SINDEPOR visitou a UCSP Aveiro II – Pólo Eixo, USF Senhora de Vagos e USF dos Lagos – Extensão de Saúde do Sousa. O nosso sindicato fez-se representar pelos dirigentes Margarida Vieira, Nuno Fonseca, Nuno Santos e João Costa.