Centros de Saúde sem condições para responder aos utentes que recorrem às urgências hospitalares
Quando as Urgências dos hospitais não conseguem responder à procura elevada diz-se que muitas pessoas que vão às Urgências deviam antes ir aos centros de saúde. É um clássico tão comum como os picos de procura das Urgências hospitalares, chegando até a dar a ideia que a culpa é dos utentes e não das insuficiências do SNS.
E quando se aconselham os utentes a irem aos centros de saúde, alguém cuida de saber se estes têm condições para responder aos tais utentes que se vêem obrigados a recorrer aos hospitais? O SINDEPOR visitou recentemente centros de saúde, na região de Leiria, e os testemunhos dos colegas são elucidativos.
Desde logo, quando há enfermeiras em licença de maternidade ou de baixa por doença. Por mais que os colegas insistam com os responsáveis para suprirem estas faltas, não há mais ninguém para preencher estes lugares, o que resulta na sobrecarga de quem tem de assegurar todo o trabalho.
Como se não bastassem estas dificuldades provocadas pela falta de enfermeiros (e de médicos também), os primeiros têm ainda que assegurar inúmeras tarefas burocráticas e administrativas.
E como é que o SNS “agradece” este enorme esforço dos enfermeiros que, com brio, tudo fazem para atender os utentes o melhor possível? Com contratos que ainda se mantêm precários para colegas que foram admitidos quando o país mais precisou, a enfrentar a pandemia e a vacinar a população.
“É a primeira vez que tenho contacto com um sindicato”, ouvimos de uma colega, o que diz bem da importância de nos aproximarmos dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários.
Neste dia, o SINDEPOR passou pelos centros de saúde de Amor, Monte Redondo, Guia e Louriçal. Além do coordenador da região Centro do nosso sindicato, Nuno Couceiro, participaram nas visitas os dirigentes Margarida Vieira e João Costa. Porque mudar é preciso!