Colegas dos cuidados de saúde primários angustiados com mudanças que se aproximam
Os responsáveis pelo sector da Saúde em Portugal insistem na necessidade de conduzir os doentes não urgentes para os cuidados de saúde primários de forma a aliviar as Urgências (quando estas estão a funcionar).
Mas nas unidades que o SINDEPOR visitou recentemente, no interior do país, isto é um não assunto. As preocupações são outras.
O que nos transmitiram é uma enorme ansiedade em torno da integração das unidades nas futuras ULS a partir de janeiro ou a eventual passagem das estruturas onde trabalham para USF de modelo A ou B.
Alguns colegas anteveem riscos com a integração nas futuras ULS, nomeadamente a interrupção dos fornecimentos de material clínico e não clínico que poderá pôr em causa a capacidade de resposta assistencial à população.
Outros acreditam que a aproximação geográfica com os órgãos de decisão permitirá respostas mais rápidas e adequadas às verdadeiras necessidades das populações, nomeadamente no que diz respeito à alocação de profissionais.
Os colegas também insistiram que se sentem desiludidos com a forma como está a ser aplicado o SIADAP: por um lado, pelo atraso no processo, com falta de homologação dos resultados do biénio 2021/22 e, só agora (no final de 2023), foi feita a contratualização para o biénio 2023/24; por outro lado, pela inflexibilidade dos objetivos disponíveis tendo em conta a variabilidade entre ficheiros de utentes.
Algumas colegas manifestaram também o seu descontentamento por estarem a contar e merecerem classificação de relevante, mas foram relegadas para suficiente devido às quotas.
A vacinação é outra das preocupações dos colegas por estes dias. “Os meus utentes recusaram as farmácias. Dizem: ‘a minha enfermeira é que me dá as vacinas’. Os meus utentes são muito fiéis”, contou uma colega.
O SINDEPOR visitou a UCSP e UCC S. João da Pesqueira, UCSP Penedono, UCSP Sernancelhe, UCSP Almedina (Lamego), USF Almedina, USF Douro Vita (Lamego), USF Tarouca e USF Moimenta da Beira. Participaram nestas visitas @s enfermeir@s Ana Rosa, Margarida Vieira, João Costa, Nuno Santos e Rui Paixão. Porque mudar é preciso!