Deputados da nação sem tempo para ouvir representantes dos enfermeiros

O Sindicato Democrático dos O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) solicitou audiências a todos os partidos representados na Assembleia da República, a 9 de novembro último, através de carta registada com aviso de receção. Os pedidos foram enviados na sequência da histórica união de todos os sindicatos de enfermagem, que resultou na marcação de uma greve nacional para os dias 3 e 4 de novembro. Uma paralisação entretanto anulada devido ao chumbo do Orçamento de Estado e marcação de eleições antecipadas.de Portugal (Sindepor) enviou cartas a todos os partidos com assento na Assembleia da República, sem exceção, a solicitar reuniões para debater as dificuldades da profissão. “Com efeito, grande parte dos problemas da nossa profissão continuam por resolver, numa classe profissional desgastada, desmotivada e socialmente desvalorizada, tendo em conta o papel que tem no Sistema Nacional de Saúde”, pode ler-se na missiva enviada a todos os partidos com representação parlamentar.

O objetivo destas audiências passa por apresentar os muitos problemas que a enfermagem atualmente enfrenta, em especial no SNS, e por tentar encontrar soluções para esses problemas. Até ao momento, a maior parte dos partidos não respondeu ao Sindepor, um dos maiores sindicatos de enfermagem portugueses e representado em todo o território nacional. Inclusive, nos Açores e Madeira, o Sindepor tem desempenhado um papel de relevo nas recentes conquistas laborais para os enfermeiros aí registadas.

Entre os partidos que responderam ao Sindepor, o PSD justifica que, “devido à dissolução da Assembleia da República decretada por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, não vai ser possível efetuar quaisquer audiências”. “Os Verdes” e o Chega delegaram a reunião em assessores, o que o Sindepor declinou, por entender que deve dialogar com os deputados da Nação eleitos pelos portugueses.

“Não é o Sindepor que está em causa. Em Portugal existem 80 mil enfermeiros e nós representamos estas mulheres e homens. Por isso, não entendemos como é que os nossos deputados, eleitos pelo povo português, desprezam a maior classe profissional do sector da Saúde em Portugal”, aponta Carlos Ramalho, presidente do Sindepor. “Numa fase em que o SNS funciona cada vez pior e em que o país precisa, como pão para a boca, de um futuro Governo que faça melhor do que o atual pela Saúde de todos nós, a atitude dos representantes dos portugueses na Assembleia da República é, no mínimo, lamentável”, critica o líder sindical.

No caso do PCP, a reunião foi marcada. Carlos Ramalho e o vice-presidente do Sindepor, Fernando Fernandes, deslocaram-se a Lisboa, de acordo com o horário e local propostos pelo partido. No entanto, ao perceber que a reunião seria efetuada com um assessor do PCP e não com um deputado, o presidente do SINDEPOR recusou realizar a reunião.

A união de todos os sindicatos de enfermeiros resultou num documento reivindicativo conjunto que foi entregue, no Ministério da Saúde, no passado dia 21 de setembro. Nesse dia os dirigentes sindicais foram recebidos no hall dos elevadores do ministério, por uma funcionária administrativa. O Sindepor respeita, naturalmente, todos os funcionários das várias instituições, mas, sendo as audiências solicitadas para as datas e horários que os partidos com assento parlamentar preferirem, o sindicato fica a aguardar pela oportunidade de ser recebido com a dignidade que a enfermagem merece.

Leia aqui a notícia do Jornal da Madeira.

Leia aqui o artigo da NO Revista.