Hospital de Santa Maria da Feira tem falta de enfermeiros mas muitos são precários
O SINDEPOR visitou, esta semana, alguns serviços do Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira. Registámos queixas, em mais do que um serviço, de falta de enfermeiros, impossibilitando cumprir as dotações seguras definidas pela Ordem dos Enfermeiros.
Ao mesmo tempo, relataram-nos a existência de vários colegas com contratos de trabalho precários, que nalguns casos já duram há quatro anos ou mais e outros começaram como contratos covid. Não nos foi possível obter um número concreto ou aproximado destes colegas com contratos precários, mas são, no mínimo, dezenas.
O SINDEPOR considera esta situação incompreensível e inaceitável, um hospital com falta de enfermeiros ter ainda dezenas de colegas com contratos precários. Perante este quadro, vamos pedir uma reunião ao Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga para procurarmos soluções para estes e outros problemas.
A perceção que a opinião pública tem dos enfermeiros foi também abordada nesta visita, numa altura em que declarações do Ministro da Saúde podem levar a população a acreditar que o Governo aumentou todos os enfermeiros, através do Decreto Lei 80-B/2022.
Desde logo convém destrinçar. O Governo apenas contabilizou os pontos de uma parte dos enfermeiros que têm direito legítimo a esses pontos. Mas nem todos os enfermeiros têm pontos suficientes para poderem subir uma posição remuneratória. E, mesmo assim, no caso dos enfermeiros que têm direito a progredir, os problemas e atrasos na aplicação do diploma legal são tantos que não se vislumbra um termo para a resolução de todos os casos.
O SINDEPOR não se conforma com estas e outras situações – nomeadamente, todos os problemas que urge resolver na nossa profissão – por isso já pediu a reabertura de negociações ao ministro da Saúde, pedido esse que foi também reforçado pelo líder da UGT, Mário Mourão.
Participaram nesta visita ao Hospital de São Sebastião, os dirigentes da regional do Centro do SINDEPOR Margarida Vieira, Nuno Fonseca, Nuno Santos, João Costa e Paulo Pereira e o delegado Ruben Bernardes. Porque mudar é preciso!