Manuel Pizarro começa mal
O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) lamenta profundamente não ter recebido qualquer informação, por parte do Ministério da Saúde, sobre a reunião que estava marcada para amanhã. Não confirmaram, não desmarcaram nem adiaram. Uma reunião que deveria ser conclusiva sobre o processo de negociações, iniciado em maio, com vista à resolução das injustiças de que os enfermeiros têm sido vítimas, ao longo dos anos, na atribuição de pontos que permitem progressões de carreira.
A desconsideração e falta de respeito do Ministério da Saúde atinge, antes de mais, todos os enfermeiros que trabalham no SNS, mas também os sindicatos que já se reuniram seis vezes, primeiro com a ministra Marta Temido e os secretários de Estado Lacerda Sales e Maria de Fátima Fonseca, tendo decorrido as cinco reuniões seguintes com esta última governante. Não aceitamos que o trabalho em que nos empenhámos ao máximo possa ser em vão. Mas desde já registamos que os anteriores governantes do Ministério da Saúde saem mal e o novo ministro começa também mal.
Os portugueses, que todos os dias sofrem com as falhas do SNS, podem constatar como é tratada a maior classe profissional e o principal sustentáculo deste Serviço. Com o desprezo a que são votados os enfermeiros não é expectável uma prestação de melhor qualidade no SNS nem serão resolvidos, tão depressa, os graves problemas de que este Serviço enferma.
Numa matéria da mais elevada importância, o Ministério da Saúde, agora liderado por Manuel Pizarro, não tem qualquer palavra para com os enfermeiros. O Sindepor espera que o novo governante possa corrigir esta postura o mais depressa possível e concluir este processo, de acordo com os compromissos assumidos. Não toleraremos uma repetição do que aconteceu em 2019, quando a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho foi por água abaixo.
Afinal, a resolução dos problemas dos pontos dos enfermeiros faz parte do programa deste Governo. Logo, cabe ao ministro Manuel Pizarro executá-lo, tendo em conta a forma de funcionamento do Executivo, que o primeiro-ministro António Costa explicou recentemente em entrevista. Se o impensável acontecer, se este processo não for concluído, o Sindepor irá recorrer a todas as formas possíveis de luta para reivindicar o que é dos enfermeiros por direito, contando para isso com a grande força desta vasta classe profissional.
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