SINDEPOR vai recorrer a todas as formas de luta para combater problemas em misericórdias e IPSS açorianas

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) denuncia a existência de um elevado número de problemas laborais nas Misericórdias e IPSS açorianas, pelo que admite o recurso a todas as formas de luta no combate à falta de soluções para estas situações.

O quadro tem vindo a agravar-se e a avolumar-se, motivo pelo qual o SINDEPOR tem tentado chegar à mesa de negociações com os responsáveis das misericórdias e IPSS, desde logo através da Secretaria Regional da Solidariedade Social, mas até ao momento sem qualquer sucesso.

Ainda na semana passada procurámos dialogar, mais uma vez sem êxito, com Bento Barcelos, presidente da União Regional das Misericórdias dos Açores e também provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo.

Entre os problemas que os enfermeiros sofrem no dia a dia nestas instituições, o SINDEPOR assinala e lamenta a falta de pessoal, sobrecarga de horários, baixos ordenados, degradação do espaço e ambiente de trabalho, perseguição a quem denuncia falhas e problemas, obrigação de assinar documentos nos quais os enfermeiros não se reveem, não pagamento de horas extra, mudanças constantes do horário de trabalho depois de o mesmo ser homologado e períodos de trabalho com o número mínimo de enfermeiros aplicável durante a noite nas manhãs e tardes.

O SINDEPOR vai também estar atento ao recrutamento por parte das IPSS e Misericórdias por suspeitar que o programa Estagiar L pode ser utilizado como um estratagema para colmatar a falta de enfermeiros existente nestas instituições, pervertendo o seu objetivo de proporcionar experiência de trabalho aos jovens profissionais.
Ainda no final de 2020 foi celebrado um acordo entre o SINTAP e a União Regional das Misericórdias dos Açores, que consagrou aumentos salariais para os trabalhadores das 23 Misericórdias açorianas. Contudo, este acordo apenas beneficia os trabalhadores filiados no SINTAP, excluindo todos os outros, algo com que o SINDEPOR não pode concordar.
“Infelizmente, estamos perante um leque de problemas enorme e que tem vindo a agravar-se. Queremos negociar com a União Regional das Misericórdias dos Açores e com a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores. Privilegiamos sempre a via da negociação e queremos fazer parte da solução, mas, se tal não for possível, admitimos avançar para todas as formas de luta ao nosso dispor”, avisa Marco Medeiros, coordenador regional dos Açores do SINDEPOR.