ULS Coimbra poderá readmitir enfermeiros que dispensou

Os cerca de 20 enfermeiros que foram recentemente dispensados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) podem vir a ser readmitidos e, inclusive, dois deles já o foram. A garantia foi dada, esta quarta-feira, numa reunião entre o SINDEPOR e responsáveis da ULS de Coimbra. 

Voltámos a insistir na atribuição de um dia de férias por cada dez anos de trabalho aos enfermeiros com contrato individual de trabalho, à semelhança do praticado em várias outras instituições do SNS. Infelizmente, o entendimento dos responsáveis da ULS de Coimbra é que esta atribuição não está comtemplada no Contrato Coletivo de Trabalho.

Falámos do incumprimento do regulamento de dotações seguras da OE, de equipas só com um enfermeiro por turno, de doentes isolados sem equipa dedicada, da sobrecarga prolongada de horas extra, do elevado absentismo e de horários desequilibrados, chegando ao cúmulo de um enfermeiro poder ter 10 turnos noturnos por mês. 

Garantiram-nos que a ULS Coimbra está empenhada em contratar mais enfermeiros, numa época em que as exigências impostas por uma população cada vez mais envelhecida se traduzem numa maior necessidade destes profissionais que acompanham os doentes 24 horas por dia.

Sobre haver um enfermeiro por turno, sem o deixarem de reconhecer, dizem que é possível recorrer aos colegas do serviço contíguo. Quando necessário, existe também a possibilidade de haver mais um enfermeiro através de horas extras.

Garantem que as horas extra são pagas e que estas totalizam – em média – as 123 horas/ano por enfermeiro. Quanto à existência de colegas com 10 turnos noturnos no mês, apelaram à razoabilidade dos enfermeiros gestores.

Apontámos os atrasos no processo do SIADAP. Foi-nos garantido que estão a fazer um esforço extra para recuperar o atraso – que reconhecem – tendo em conta que este ano é para aplicar o acelerador de carreiras e, a partir do próximo ano, a avaliação começa a ser anual.

Existem também vários processos que se encontram na ARS Centro e que não podem ser levados para o polo central do CHUC por falta de espaço. O objetivo passa por digitalizar estes processos.

Já sobre o concurso da ARS Centro atualmente em curso, existe a convicção, por parte dos responsáveis da ULS Coimbra, de que os enfermeiros serão colocados no primeiro índice da tabela remuneratória. 

Em relação à abertura de concursos para especialistas, foi-nos dito que tencionam abri-los para várias especialidades.

Quanto aos pedidos de mobilidade interna e externa, os responsáveis alegam o elevado volume que dificulta a satisfação dos mesmos. Da nossa parte, disponibilizámo-nos para colaborar na revisão do regulamento interno de mobilidade.

Sobre o futuro da Urgência do Hospital dos Covões foi-nos apenas referido que a mesma irá fechar, à noite, a partir de 1 de julho, à semelhança do que já aconteceu no ano passado.

Referimos também a existência de um botão de pânico na urgência psiquiátrica que não está a funcionar e quisemos ainda saber quais os procedimentos que o mesmo desencadeará quando acionado, mas não nos souberam responder. 

Já o fim das obras na Urgência do polo central está previsto para Outubro. Prevista está também a construção de “dois ou três” silos, abertos, para estacionamento, que será pago por visitantes e funcionários, sendo o preço mais reduzido para estes últimos.

Voltámos a falar de um caso que remonta a 2021 e que, apesar da nossa insistência, continua por solucionar. Trata-se de colegas com estatuto de trabalhador estudante que realizaram trabalho extraordinário e reclamam, de acordo com a lei, o gozo de descanso de metade destas horas de serviço extra. Esperamos que, passado tanto tempo, o assunto fique finalmente resolvido. 

Participaram nesta reunião, a enfermeira diretora Áurea Andrade, o enfermeiro adjunto Filipe Marcelino, o diretor de Recursos Humanos, Carlos Gante, e o vogal do conselho de administração da ULS Coimbra, Diogo Vieira.

O SINDEPOR fez-se representar pelo coordenador da região Centro, Rui Paixão, e pelos dirigentes João Costa, Nuno Santos e Paulo Pereira. Porque mudar é preciso.